Neste dia internacional da Protecção Civil sugiro uma reflexão do estado da protecção civil na sociedade.
Começando pela cultura de segurança que temos e na que achamos que deveriamos ter deparamos com um paradigma social que nos leva a repensar a educação, desde as suas bases no ensino básico, provada que está a resistência à mudança das gerações actuais e a facilidade com que se incutem hábitos e valores nos mais novos, tranformando assim a sociedade a médio e longo prazo com o crescimento deles e, a uma escala menor, a curto prazo pela infuência que eles têm no seu núcleo familiar.
Há efectivamente um trabalho a fazer com o ensino, com a divulgação à população e com a sensibilização de todos, porque todos somos protecção civil. Este trabalho a montante é necessário e urgente, sob pena de não estarmos preparados para os desafios das catastrofes naturais e dos acidentes graves.
Em segundo lugar alerto para a coordenação entre os vários agentes de protecção civil que têm de desempenhar funções de prevenção, mitigação, actuação e reposição. Por diversos factores inerentes à condição humana, existem demasiados atritos à fácil coordenação e ao entendimento de todos o que prejuica, claramente, o desempenho desejado e o serviço prestado que é pretendido. Não basta criar legislação estruturante, é necessário mudar mentalidades, dar formação que leve ao trabalho de equipa, à prossecução de objectivos comuns e a lideranças de qualidade acrescida. Só assim estaremos em condições de corresponder às espectativas que a soceidade civil coloca na protecção civil.
Em terceiro lugar quero falar-vos de um potencial grande que anda perdido e que pode ser uma ajuda enorme no apoio de rectagurada, no apoio a pessoas desalojadas, na reposição da normalidade após as catastrofes e acidentes graves, etc. Falo de um número ilimitado de associações existentes no país, culturais, recreativas, desportivas, de educação, escuteiros e outras. Associações que têm instalações, capacidade de mobilização de recursos humanos e organização interna que facilita a comunicação e operacionalização.
Por fim, mas não menos importante, um muito obrigado a todos quanto zelam pela segurança, em todas as suas vertentes, de todos nós, sejam profissionais ou voluntários, o esforço de todos tem contribuido para o sucesso alcançado, pese embora seja possivel fazermos mais e isso implica falarmos no plural porque a protecção civil é uma tarefa e responsabilidade de todos nós.
João Saramago
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